ShopDreamUp AI ArtDreamUp
Deviation Actions
A chuva está caindo e ela está escrevendo. Não que a cena fosse estranha, não era esse o ponto. A questão toda é que ela gosta da chuva e mesmo assim está de costas para a janela. O som da música é sufocado pelo som dos pingos caindo na tela.
"Dreaming californication...."
A música é agradável, a chuva também, por que os dois juntos não dariam certo? Para ela não importava o senso comum, estava bem assim e assim iria ficar.
Deixemos a moça um momento, vamos agora falar do rapaz atrás dela. Infelizmente ela não pode vê-lo. Não é permitido. E mesmo se fosse possível, o rapaz não ousaria interromper o sorriso que ela faz enquanto escreve. Ele é capaz de ver o filme que passa na mente dela, a história que ela escreve. Inconscientemente ele sorri. Ele está na história. Fosse como fosse, não podia contar-lhe que estava certa em cada palavra.
"Give it away, give it away, give it away now...."
Só agora que ela percebe que a música mudou e olha pra trás se sentindo um pouco boba. Ela está tão entusiasmada com a história e se sente uma criança brincando de faz-de-conta. Sua risada é baixinha, seus dedos param um momento e, então, voltam a trabalhar fervorosamente.
Ele ri. Uma pena ninguém estar lá para ver a cena graciosa da risada leve e delicada do rapaz. Seu olhar é quase como um olhar apaixonado, quase. Tem um quê de mistério, de certeza. Um olhar que encantaria a mais perversa das pessoas. Entretanto, não tinham pessoas perversas lá, havia apenas uma garota que escrevia.
"Dreaming californication...."
A música é agradável, a chuva também, por que os dois juntos não dariam certo? Para ela não importava o senso comum, estava bem assim e assim iria ficar.
Deixemos a moça um momento, vamos agora falar do rapaz atrás dela. Infelizmente ela não pode vê-lo. Não é permitido. E mesmo se fosse possível, o rapaz não ousaria interromper o sorriso que ela faz enquanto escreve. Ele é capaz de ver o filme que passa na mente dela, a história que ela escreve. Inconscientemente ele sorri. Ele está na história. Fosse como fosse, não podia contar-lhe que estava certa em cada palavra.
"Give it away, give it away, give it away now...."
Só agora que ela percebe que a música mudou e olha pra trás se sentindo um pouco boba. Ela está tão entusiasmada com a história e se sente uma criança brincando de faz-de-conta. Sua risada é baixinha, seus dedos param um momento e, então, voltam a trabalhar fervorosamente.
Ele ri. Uma pena ninguém estar lá para ver a cena graciosa da risada leve e delicada do rapaz. Seu olhar é quase como um olhar apaixonado, quase. Tem um quê de mistério, de certeza. Um olhar que encantaria a mais perversa das pessoas. Entretanto, não tinham pessoas perversas lá, havia apenas uma garota que escrevia.
APOLO
Não fossem os dias chuvosos e as manhãs de sol que acompanharam minhas muitas primaveras, talvez eu não fosse o que sou hoje. A vida não tem graça sem as manhãs de sol, e estas nada seriam sem as manhãs de chuva.
O céu é meu medidor de melancolia.
Assim como o girassol fica perdido na ausência do astro, meu dia se perde em nostalgia. Preciso do calor para aquecer a vida e da luz para fazer brilhar o que eu vejo.
Nunca é a mesma coisa sem ele...
Não é de se espantar que Apolo, o deus mais belo, seja também o deus do Sol.
ASAS AZUIS
A folha sobe vagarosamente até a copa da árvore, a areia volta para a pá da criança, a lágrima da menina volta para o olho e o sorvete para a casquinha na mão dela.
O homem de fraque não gosta de ver garotinhas chorando, foi por esse motivo que tudo parou quando o sorvete estava no lugar onde deveria estar. A menina ainda sorria. Tempo tirou a cartola e olhou ao redor. A mãe estava longe, o irmão brincando com a areia. Ao olhar na mesma direção em que a menina olhava, viu.
Eram asas azuis com manchas amarelas pregadas nas costas de uma borboleta. "Linda!", teve que confessar. Imaginou,
AOS OLHOS DE QUEM VE
A vela pinga, o menino sopra, a cera seca, o menino toca.
Ainda era dia e de nada serviria aquele toco de vela gasto. E mesmo que já fosse noite, não daria pra ver quase nada do quintal enorme. Um ventinho morno soprou o rosto do menino, fazendo o cabelo, duro de tanta sujeira, balançar um pouco. Com a mão livre, ele arrumou o cabelo num gesto quase involuntário. O desenho que fazia era mais importante.
E ele não notou na formiga caminhando pelo papel, muito menos no homem sentado alguns metros a sua frente. De fraque, cartola e relógio na mão, Tempo assistia aos movimentos do garoto como quem assiste
SENHOR DAS HORAS
Entidades também amam, e isso é algo que aprendi com o Tempo. Mas o amor deles não é algo compreensível por mortais (houve uma vez em que o Tempo se apaixonou por uma loba, mas esta estória fica para outra hora).
Lembro-me muito bem de uma garota, ou melhor, uma mulher (depende da época em que falamos, apenas detalhes para o Tempo). Líliam era uma morena alta de longos cachos negros como a noite. O Tempo reparou nela quando fez 19 anos, apesar da idade possuía o olhar de uma mulher.
Certa vez ela andava pela rua, de bolsa à tira colo e boina, quando foi surpreendida por um homem de luvas bra
© 2010 - 2024 Jellyfish-Girl
Comments0
Join the community to add your comment. Already a deviant? Log In